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Direito de startups e o cenário econômico - será melhor se preparar para o pior?

Como a mudança no cenário do mercado de startups pode apontar para marés conturbadas à frente.

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O desenvolvimento tecnológico exponencial decorrente do movimento conhecido como Quarta Revolução Industrial fomentou demasiadamente os investimentos em negócios que buscassem utilizar cada vez mais tecnologia, otimizar gastos, ser enxutos e escalar os serviços. A tecnologia deixou inclusive de ser um ramo de negócios por si só, mas sim um ramo que se espalhou e infectou praticamente todos os setores de negócio, quase que como ervas daninhas não cuidadas em um jardim.

Desde a tecnologia pura e simples até as Fintechs, Healthtechs, Foodtechs, empresas de transporte, desenvolvimento de sistemas, e tantas outras frentes, o setor tecnológico atingiu até mesmo o Direito, que tende a ser um dos últimos ramos a sofrer qualquer alteração. Não é para menos que o Radar da AB2L (Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs), desde sua criação em 2017, passou de pouco mais de 15 empresas para mais de 100 nos dias de hoje.

Recentemente vimos episódios de considerável magnitude impactando o mercado de novas tecnologias, principalmente a recente queda vertiginosa dos valores de diversas criptomoedas ao longo dos últimos meses e as demissões em massa que foram vistas em startups como Quinto Andar, Daki, Loft e outras.

A mudança de cenário, de um momento de taxas de juros reduzidas, fomentando investimentos em novos negócios, para uma realidade de inflação, de aumento na taxa de juros por parte dos bancos centrais, de um contexto político - nacional e internacional - tensionado e recheado de incerteza e insegurança, parece apontar para um “longo inverno” antes da próxima fase de prosperidade.

Em uma carta aos fundadores de empresas em que investem, a Y Combinator, famosa aceleradora de startups em early stage (tendo inclusive investido em empresas como Airbnb, Dropbox e Reddit), apresentou fortes preocupações em relação ao cenário atual, basicamente recomendando que todos “se preparassem para o pior”. A carta expõe alguns pontos que a aceleradora acredita que devem ser observados no momento da formulação do planejamento estratégico das companhias. Dentre outros, alguns dos principais pontos resumidamente seriam:

1) A situação não é boa e ninguém pode predizer como a economia será impactada nos próximos tempos;

2) O melhor é se preparar para o pior e a meta deve ser fazer a receita ao menos pagar as despesas; 

3) Se as contas não estão se pagando e investidores estiverem considerando injetar dinheiro agora, ainda que nas mesmas condições do último rounds, seria necessário considerar fortemente;

4) É de responsabilidade dos fundadores garantir que a companhia sobreviva caso não consiga levantar capital pelos próximos 24 meses;

5) Levantar capital de Venture Capital será mais difícil e a injeção de capital será mais lenta bem como o valuation e as rodadas de investimento nas companhias podem ser reduzidos e mais lentos;

6) As oportunidades existentes de levantar capital conhecidas como “normais” pelos fundadores de empresas abertas dentro dos últimos 05 anos, em verdade, eram anormais;

7) Mesmo que a companhia vá bem, as chances de ter sucesso na tentativa de levantar capital são extremamente baixas nos próximos 6 a 12 meses;

8) Conseguir manter a companhia viva, por si só, poderá ser uma vantagem competitiva.

Fica claro que o momento deve ser de muita atenção aos próximos movimentos; um passo em falso pode ser fatal. Em momentos como esse, manter a consistência e passar a realizar cada vez mais com recursos cada vez mais escassos não é somente algo desejável, mas sim um pré-requisito para sobrevivência.

Se, em uma recente era de bonança e de constantes injeções de capital, prestar serviços para Startups já era uma tarefa bastante diferente do comum para os prestadores de serviço jurídico, uma era de incertezas e dúvidas tende a tornar a missão ainda mais difícil.

Para aqueles que desejavam iniciar um novo negócio e tinham otimismo em relação ao levantamento de capital - conheça mais sobre o tema aqui - em um estágio inicial, focando em captar capital dos três “F” (Family, Friends and Fools) e em eventualmente levantar investimentos seed, a realidade por ser bem diferente. Provavelmente, a dificuldade em captar capital para negócios sem um MVP (Minimum Viable Product) será incrivelmente maior; além disso, talvez os familiares não estejam mais tão empolgados para fazer aquele aporte prometido no almoço de domingo, talvez os amigos não estejam mais tão amigáveis ao falar de dinheiro e talvez os bobos tenham ficado um pouco mais espertos...

Esse contexto todo aponta ainda para um outro fator extremamente relevante não só para as empresas, em um contexto mais amplo, mas também para os profissionais: a adaptabilidade, a capacidade de inovar e de se reinventar potencializa consideravelmente as condições de sobrevivência e de prosperidade. Identificar corretamente o momento pelo qual se passa e analisar de forma estratégica as oportunidades que acompanham os momentos de crise será um diferencial extremamente importante para os próximos tempos.

Se antes de adentrarmos um momento tão delicado, saber somente o Direito Civil, Empresarial, Contratual, etc, não era o suficiente para que o profissional jurídico seja capaz de aconselhar adequadamente os empreendedores e dirigentes de corporações, agora menos ainda. Principalmente após a edição do Marco Legal das Startups, ter conhecimento e entendimento da dinâmica de funcionamento desse segmento, tanto em escala nacional quanto em escala global, será um diferencial para o advogado.

E para você que busca se aprofundar no tema, e aprender a relacionar como os universos do Direito da inovação e do empreendedorismo podem andar juntos, venha conhecer o curso Corporate Law 4.0

O tempo está mudando, o céu vai se fechando e uma tempestade parece se formar; lembremos: “A situação não é boa e ninguém pode predizer como a economia será impactada nos próximos tempos”. Se preparar para as marés turbulentas à frente pode ser uma das melhores alternativas nesses tempos incertos!

Autores

Rodrigo Fatudo
Customer Sucess Operator no Sem Processo, Advogado e entusiasta da Quarta Revolução Industrial.