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Entenda como Elon Musk e a Zola abusaram do Greenwashing

Tesla, Zola, Elon Musk: Greenwashing como estratégia de crescimento em países africanos e asiáticos.

Uma parceria com

Você conhece o termo Social Tech? É o substantivo utilizado para designar empresas com propósitos sociais e ambientais.

Um dos modelos de negócios utilizados por tais companhias é o Pay Go, que consiste na concessão de microcréditos, de modo que as pessoas possam ter acesso a bens caros, já utilizá-los e pagar por isso durante determinado período com juros zero ou baixos.

Há um grupo de empresas que tem como objetivo gerar acesso à luz elétrica na África e Ásia principalmente. Com base no microcrédito, eles concediam, em tese, empréstimos a juros baixos para cidadãos desses países que não tinham eletricidade.

O propósito é maravilhoso, os meios nem tanto. A Zola é uma dessas startups e foi financiada por Elon Musk (via Tesla), justamente porque precisa de altos investimentos para prosperar.

Este mercado é caracterizado por baixas margens de lucro e alto investimento em equipamentos. A ideia parece genial, tanto que foi abraçada por ONGs, empresas e governos: democratizar o acesso à energia elétrica e manter estes custos com os consumidores.

Mas, como na maioria das startups investidas, a cobrança por retorno em curto prazo acabou gerando uma espiral destrutiva: setor comercial agressivo que prometia juros que não podia cumprir, ausência de análise de crédito e pitches de investimento ilusórios, que se baseavam em números falsos para captar mais investimentos.

A conta chegou para ... adivinhem?

Os consumidores. Nos países mais pobres do mundo, diante de uma propaganda enganosa, as pessoas se viram diante de uma possibilidade de mudar de vida. De acordo com um estudo da Bloomberg Green, 43% das pessoas que contrataram o sistema PayGo Solar não conseguiram pagar suas dívidas e suas luzes foram desligadas.

O estudo retrata ainda que as concorrentes da Paygo agora direcionam suas equipes persuasivas de vendas para campos de refugiados na Ruanda, Uganda e onde mais existirem pessoas em estado de vulnerabilidade sem acesso a bens essenciais.

Estas atitudes, que em terras brasileiras obviamente constitui propaganda enganosa, não são raras.

Um estudo do IDEC revelou que numa amostra de 500 produtos, 48% consistia em greenwashing. Este termo designa a "maquiagem ou lavagem verde". É uma artimanha para embarcar no hype ESG e vender para consumidores desavisados.

Ainda, de acordo com o instituto de 243 produtos identificados com greenwashing, apenas 22 comprometeram-se a rever o anúncio.

No caso da Zola a tática de vendas é ainda mais antiética, uma vez que a oferta é voltada exclusivamente para pessoas socialmente hipossuficientes.

Recentemente o BTG divulgou o plantio de 1.000.000 de sementes numa área desmatada da Amazônia, e a propaganda enganosa foi desmascarada pela ONG Menos um Lixo.

Como mencionamos neste artigo, o investimento ESG por si só traz aumento de receita e diminuição de custos. Por que as empresas ainda insistem em ludibriar clientes?

A resposta pode ser a ausência de especialistas internos em ESG.

E você, não quer ajudar as empresas a serem agentes de mudança?

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Autores

Lucas Gouvea
Head de UX e Growth na Future Law